Mansfield Park é um livro da escritora Jane Austen que se passa no início do século XIX.

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Olá, Sonhadores! Uma meta que eu tenho, como leitor, é ler todos os livros de Jane Austen. Não que eu seja fã número um dela, mas suas leituras são sempre agradáveis e interessantes. Esse ano decidi ler Mansfield Park, um livro da autora que não está entre os populares e é meio conhecido por ser um tanto enfadonho. Escolhi ele, pois o canal Ler Antes de Morrer no Youtube fez uma Leitura Coletiva dele no mês de Agosto e achei uma oportunidade excelente para participar! Hoje trago um pouco sobre esse livro e minhas impressões da leitura.

“- (…) Suspeito que, ao censurar dessa forma abrangente e, posso dizer, comum, você não esteja fazendo julgamentos por si mesma, mas, sim, por influência de pessoas preconceituosas cujas opiniões você tem o hábito de ouvir. (…) Você está falando o que lhe foi dito à mesa de seu tio.”

Sobre o Livro

A história se passa em um lugar chamado Mansfield Park, propriedade da família Bertram. Em um momento de crise financeira, a irmã da Sra. Bertram, pede ajuda para que a família adote um de seus filhos, pois eles não estão mais com condições de sustentar todos. Para mostrar como são pessoas boas e generosas, eles decidem adotar Fanny, a filha mais velha, mas que ainda era uma criança.

Fanny era muito apegada aos irmãos, em especial a William. Ela fica desolada quando se muda para a mansão em Mansfield Park, especialmente quando não se sente tão bem acolhida. Não que a família Bertram não a esteja tratando bem, mas sua extrema timidez e insegurança a fazem se sentir um estorvo e indigna de estar ali. A única pessoa que consegue criar um laço com a menina é seu primo Edward, um rapaz um pouco mais velho que logo percebe as angústias de Fanny e faz de tudo para que ela se sinta melhor.

Os anos se passam e agora com todas as crianças da família Bertram já adultas, elas começam a passar por várias situações que põem em jogo suas criações e suas habilidades sociais, principalmente levando em conta que o amor está no ar e, como todo livro de época, existem muitas regras e empecilhos para viver esses amores de maneiras aceitáveis. E, é claro, Fanny está no meio disso, com uma paixão secreta pelo primo.

Outros livros que podem te interessar:

• Emma – Jane Austen
• Orgulho e Preconceito – Jane Austen
• O Jardim Secreto – Frances Hodgson Burnett
• O Médico e o Monstro – Robert Louis Stevenson
• O Caso do Hotel Bertram – Agatha Christie

Minha Opinião

A princípio, a leitura é interessante, pois estamos conhecendo os personagens, o ambiente, o contexto e tudo mais. Porém, realmente a medida que a história avança, as coisas ficam meio enfadonhas. Nada de muito impactante acontece e a graça da leitura fica por conta de pequenos detalhes que acontecem nas interações entre os personagens. Se você não presta atenção, ou não se esforça para entrar na vibe do livro, realmente se torna uma leitura arrastada.

Ter lido participando da leitura coletiva me ajudou bastante nisso, pois com os comentários da Isabella e de todos que participaram, foi possível pegar detalhes que me passaram despercebidos e ver também como muitas coisas eram mais interessantes do que pareciam. Recomendo bastante participar desse tipo de projeto, principalmente para livros clássicos em que temos mais dificuldades de absorver.

Apesar de ter muito romance na história, ela aborda isso de forma mais sutil, tanto que em nenhum momento Fanny declara seu amor, tudo fica muito subentendido. O foco da história fica mais por conta da situação dela dentro de Mansfield Park, como ela é tratada e como o psicológico dela vai sendo moldado em cima disso. Para mim o comportamento de Fanny é a coisa mais impactante desse livro, pois ela, assim como todos os outros personagens, também passa longe de ser perfeita.

A única crítica mesmo em relação a esse livro é a falta de desenvolvimento dos personagens, Fanny principalmente. Ela continua a mesma do início ao fim, não comete erros, não precisou rever suas próprias certezas, estava sempre certa por mais que a gente se compadecesse dela em sua situação de vítima. E, por causa disso, o final do livro acaba sendo super moralista e perde a chance de trazer uma mensagem positiva ao leitor. Se torna mais uma exemplificação do moralismo da época do que qualquer outra coisa.

Mas, no fim das contas, acabou sendo uma boa leitura e me deixou animado para continuar com minha meta de ler todos os livros da autora.

“(…) Se alguma faculdade da nossa natureza pode ser considerada mais maravilhosa do que as outras, acredito ser a memória. Parece haver algo de mais incompreensível nos poderes, nas falhas e nas desigualdades da memória do que em qualquer outra das nossas inteligências. Por vezes, a memória é tão retentiva, tão útil, tão obediente; em outras, tão desnorteada e tão fraca; e em outras mais, tão tirânica, tão fora do controle! Somos, com certeza, um milagre em todos os sentidos, mas nossas capacidades de lembrar e de esquecer parecem estar além da compreensão.”

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Avaliação

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Skoob – Goodreads

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Sinopse

Frances Fanny Price, aos dez anos, é enviada para morar com os tios no condado de Northampton, já que os pais não conseguem sustentar todos os filhos. Para a menina, é uma mudança chocante. De irmã mais velha de muitos irmãos, para a mais jovem na elegante Mansfield Park. E, pela primeira vez, Fanny sente o peso da solidão. Apenas seu belo e gentil primo Edmund é capaz de fazê-la sair do seu mundo interior. Escrito em 1814, o terceiro romance de Jane Austen enaltece, na figura de Fanny, a imobilidade, a solidez, a permanência e a resignação.