Como um bom nerd velho que sou, conheci a série de Tomb Raider através dos jogos de Playstation. Me tornei um fã e acompanhei os lançamentos até os jogos atuais, onde o contexto dessa história se encaixa. É importante destacar que este é um livro feito para quem conhece, pelo menos, o game reboot da série, lançado em 2013. Isto porque a trama começa logo após o término deste jogo. Não é algo vital para o entendimento do leitor, mas boa parte da suspensão de descrença que os autores precisaram para desenvolver o enredo, vem do conhecimento do que Lara Croft passou na ilha de Yamatai.
Em resumo, Lara está em Londres dividindo um apartamento com sua amiga Sam. As duas acabaram de voltar de uma traumática aventura na Ilha de Yamatai, onde tiveram que enfrentar perigos inimagináveis e fazer coisas que jamais vão esquecer. Por causa disso, ambas estão passando por uma fase de transtorno pós-traumático, tendo alguns ataques através de gatilhos como sons que se pareçam tiros, por exemplo.
Um dia, Lara recebe a notícia que Sam está internada no hospital devido a uma overdose. Porém, quando sua amiga acorda, Lara percebe algo estranho e não demora para descobrir que Sam está possuída por Himiko, o espírito de uma rainha que fez parte da trama central na ilha da Yamatai. Sabendo que os médicos não acreditariam nisso, Lara decide partir por conta própria em busca de uma solução mística para salvar sua melhor amiga.
Só nesse início já consigo pegar dois pontos que me incomodaram ao longo da história. Primeiro é o transtorno que Lara vem sofrendo. Em alguns momentos os autores relembram desse fato, mas em muitas cenas, onde ela deveria ter sofrido com gatilhos, isso é simplesmente ignorado. Também tem o fato de não trabalharem em nada sobre como ela busca lidar com os ataques de pânico, além de falar para si mesma se controlar. O segundo ponto se trata de Sam, que foi largada no hospital a história inteira. A garota estava possuída por uma rainha ancestral e a Lara não tem um dialogo relevante com ela… sem contar que a mesma, aparentemente, ficou comportadíssima num hospital do mundo moderno como se nada estivesse acontecendo.
Pra quem esperava qualquer tipo de aventura arqueológica, em tumbas e ruínas, esquece. O livro se trata de uma aventura urbana, onde na maior parte do tempo Lara está indo pra lá e pra cá, sendo perseguida por organizações secretas, para no final voltar ao começo e descobrir que metade do que ela passou foi pra nada. E que final… onde tudo se soluciona convenientemente e tudo fica a margem de interpretações.
Não sei se recomendo este livro. Acho muito difícil que ele agrade um fã da série, nem mesmo um leitor que esteja interessado em conhecer. Se forem produzir alguma outro, espero que simplesmente façam algo melhor.
Avaliação
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Tomb Raider: Os Dez Mil Imortais
Dan Abnett & Nik Vincent
ISBN: 978-85-828-6311-4
2016 – Nemo
224 páginas (Pt/Br)
Sinopse: ‘Tomb Raider – Os Dez Mil Imortais” apresenta uma aventura inédita de Lara Croft, situada nos anos iniciais da trajetória da famosa arqueóloga aventureira. Assombrada pelas lembranças de sua provação na ilha de Yamatai, tudo o que Lara deseja é esquecer o pesadelo que se tornou sua primeira expedição. Porém ela logo se vê mergulhada numa busca frenética para salvar sua melhor amiga, Sam, dos efeitos de uma overdose suspeita que a deixa entre a vida e a morte. A solução está em um antigo e misterioso artefato capaz de curar Sam e solucionar os eventos sobrenaturais testemunhados em Yamatai. Mas Lara não está sozinha na busca por esse tesouro: um magnata nefasto, uma sociedade secreta e assassinos profissionais também desejam a poderosa relíquia. A caçada leva Lara ao redor do mundo, em meio a uma rede de conspiração, contatos suspeitos e combates mortais, enquanto ela busca a cura para sua amiga e a verdade por trás do lendário talismã.
[…] isso acaba se tornando cansativo (inclusive é algo que me incomoda, assim como citei na resenha de Tomb Raider). Todavia, o livro se trata exatamente disso, uma grande viagem contra o tempo, então creio que […]
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[…] Resenha Completa: Tomb Raider: Os Dez Mil Imortais – Dan Abnett & Nik Vincent […]
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