De todos os meses do ano, novembro é o que passa mais rápido. Muitos feriados, final do semestre, festas de fim de ano chegando, tudo isso ocupa o nosso tempo e faz com que ele passe mais rápido. Começamos a nos dar conta que mais um ano está acabando e, essa sensação de “fim das coisas”, nos faz começar a refletir sobre tudo o que aconteceu. Neste mês quero falar de um livro curto e cheio de reflexões.
Minha metade silenciosa, de Andrew Smith, não é um livro muito conhecido e que não agrada todas as pessoas. Porém, são os pequenos detalhes deste livro que me fizeram tem um carinho especial por ele. O livro narra a história de dois irmãos que vivem em um contexto abusivo: seus pais são duas pessoas opressoras e que exigem uma perfeição que ninguém vai atingir. Cansado de viver de aparências, Palito (magro, alto, tímido e sem uma orelha) decide viver uma aventura de auto conhecimento enquanto procura por seu irmão que fugiu de casa quando seus pais descobriram uma notícia chocante sobre ele.
Essa aventura adolescente vai tocar alguns pontos importantes como auto aceitação, o quanto nós podemos nos limitar, as faces obscuras do amor e que as vezes não é possível salvar alguém totalmente. Com algumas “futilidades” próprias da faixa etária, o autor faz algo que particularmente gosto: usa o pessimismo para ensinar lições de felicidade.

Como falei anteriormente, Palito, o personagem principal, não tem uma orelha e o encarte do livro faz uma clara alusão a isso: na contracapa não há aquela dobra que se usa para marcar a página. No corpo do texto, as reflexões de Palito aparecem desconfiguradas também, representando a dificuldade de assimilar as palavras das pessoas. Esses dois detalhes são muito fofos.
Das paisagens nebulosas da Nova Inglaterra até as praias ensolaradas da Califórnia, o autor vai abordar psicologicamente algumas faces da natureza humana.
Avaliação
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Minha Metade Silenciosa
Andrew Smith
ISBN: 978-85-823-5124-6
2014 – Guterberg
304 páginas (Pt/Br)
Sinopse: Stark McClellan tem 14 anos. Por ser muito alto e magro, tem o apelido de Palito, mas sofre bullying mesmo porque é “deformado”, já que nasceu apenas com uma orelha. Seu irmão mais velho, Bosten, o defende em qualquer situação, porém ambos não conseguem se proteger de seus pais abusivos, que os castigam violentamente quase todos os dias. Ao enfrentar as dificuldades da adolescência estando em um lar hostil e sem afeto – com o agravante de se achar uma aberração –, o garoto tem na amizade e no apoio do irmão sua referência de amor, e é com ela que ambos sobrevivem.
Um dia, porém, um episódio faz azedar terrivelmente a relação entre Bosten e o pai. Para fugir de sua ira, o rapaz se vê obrigado a ir embora de casa, e desaparece no mundo. Palito precisa encontrá-lo, ou nunca se sentirá completo novamente. A busca se transforma em um ritual de passagem rumo ao amadurecimento, no qual ele conhece gente má, mas também pessoas boas. Com um texto emocionante, personagens tocantes e situações realistas, não há como não se identificar e se envolver com este poético livro.