Olá, Sonhadores! Este dia é uma grande conquista para mim, pois finalmente li e estou trazendo para o blog a resenha de Um Defeito de Cor de Ana Maria Gonçalves. Eu fiquei por anos enrolando para ler esse livro porque estava intimidado pelo seu tamanho. É uma obra que exige dedicação e disciplina para conseguir terminar, e hoje vou compartilhar como foi essa minha experiência!

Sobre o Livro “Um Defeito de Cor”

O livro é como uma biografia ficcional de Luísa Mahin, uma africana que existiu no mundo real e foi uma das inspirações da autora. Narrado pela própria protagonista sob o nome de Kehinde, a história conta toda a sua trajetória de vida, desde que era uma criança que morava na África junto a sua irmã gêmea, mãe e avó, até seus últimos dias de vida quando estava prestes a encontrar algo que por muito tempo buscou.

São quase 100 anos de história narrada ao longo de quase 1000 páginas. A vida de Kehinde parece ser divida por eras. A princípio temos um pouco de como foi sua infância na África, depois sua dolorosa experiência como escrava no Brasil durante seu período de adolescência e descobertas. E por aí vai em muitos outros períodos que vão marcando a jornada da personagem. Mas o que une tudo isso é sua determinação implacável em frente a tantos sofrimentos que ela passa.

E no meio de tudo isso, a autora nos contextualiza sobre o período histórico. Ela inclui diversos acontecimentos reais e coloca seus personagens no meio, dando uma grande imersão para a narrativa. Sem contar a grande carga de conhecimento cultura nacional que aprendemos através desse livro.

Outros livros que podem te interessar:

• Novo Mundo em Chamas – Viktor Waewell
• Mulheres Sem Nome – Martha Hall Kelly
• Cem Anos de Solidão – Gabriel García Márquez
• Cores Vivas – Patrice Lawrence
• Cinco Semanas em um Balão – Júlio Verne

Minha Opinião

Com certeza a escrita desse livro foi fruto de longas pesquisas. A própria autora em diversas entrevistas conta sobre seu processo de escrita que levou anos. E, se tratando de ficção, eu achei que ela conseguiu equilibrar bem com a realidade e criar algo extremamente verossímil e, ao mesmo tempo, interessante.

Uma das minhas preocupações antes de ler era com a escrita da autora. O livro já era grande, se não tivesse uma leitura fluída seria impossível para eu ler. Mas felizmente ela me conquistou. Exceto pelos capítulos finais que foram um pouco mais maçantes, a leitura foi extremamente agradável. Algo na forma com que ela escreve fez eu me sentir próximo da protagonista.

E meu receio com o livro não era nem de eu não conseguir terminar, mas do quanto ele me exigiria em questão de tempo e esforço. Então eis que surgiu uma excelente oportunidade: o canal Ler Antes de Morrer fez uma Leitura Coletiva dessa obra! Esse tipo de coisa enriquece muito a experiência da leitura e com o cronograma que ela montou durante dois meses foi ideal. Assim poderia ler aos poucos e poderia continuar lendo outras coisas no período.

Se você, assim como eu, se vê empacado na leitura desse livro, comece de uma vez! Tenho certeza que depois do primeiro passo a coisa vai fluir e, ao terminar, a sensação recompensadora virá junto. Essa é uma obra que facilmente vai virar (isso se já não podemos considerar) um clássico brasileiro contemporâneo. E, além disso, seria incrível vê-lo no audiovisual, principalmente em formato de seriado. Tem tudo para dar muito certo!

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Avaliação

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Skoob – Goodreads

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Sinopse

Fascinante história de uma africana idosa, cega e à beira da morte, que viaja da África para o Brasil em busca do filho perdido há décadas. Ao longo da travessia, ela vai contando sua vida, marcada por mortes, estupros, violência e escravidão. Inserido em um contexto histórico importante na formação do povo brasileiro e narrado de uma maneira original e pungente, na qual os fatos históricos estão imersos no cotidiano e na vida dos personagens. Um Defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves, é um belo romance histórico, de leitura voraz, que prende a atenção do leitor da primeira à última página. Uma saga brasileira que poderia ser comparada ao clássico norte-americano sobre a escravidão, Raízes.