Cem Anos de Solidão - Gabriel García Márquez

Resenha | Cem Anos de Solidão – Gabriel García Márquez

Cem Anos de Solidão é a obra prima do autor Gabriel García Márquez, também conhecido como Gabo.


Olá, Sonhadores! Já começo dizendo que a resenha de hoje não vai ser nada fácil para mim, pois é sobre um livro que permeia por tantos caminhos, tem tantos acontecimentos, tantas mensagens subliminares, desperta tantos sentimentos conflitantes, que não sei nem por onde começar direito a falar dele. Então pega um cafézinho, fique confortável e vamos conversar sobre Cem Anos de Solidão de Gabriel García Márquez.

O segredo de uma velhice agradável consiste apenas na assinatura de um honroso pacto com a solidão.”

Sobre o Livro

Estamos falando aqui de um clássico mundialmente famoso, a maior obra prima do autor, que tem a fama de ser complexo tanto na trama, quanto no desenvolvimento dos personagens, quanto também na linguagem. E isso tudo o faz ser extremamente intimidador. Eu só tive a ousadia de ler ele agora, pois o título sempre me despertou muita curiosidade. Considero é um título muito bonito e, agora que li o livro, vejo quão adequado e perfeito ele é.

O livro conta a história da família Buendía, desde o momento em que José Arcádio e sua prima Ursula fogem para se casar sem os julgamentos e conflitos dessa união proibida. Eles fundam a aldeia de Macondo e ao longos dos anos, o livro narra toda a trajetória deles e de suas descendências até o final de sua estirpe.

No meio disso aparece o misterioso personagem de Melquiades, um cigano que junto de sua trupe visitava Macondo de tempos em tempos, trazendo “tecnologias” de todas as partes do mundo, mas jamais vistas por aquele povo. Melquiades se envolve com a família Buendía e dessa relação se desenvolve o cerne da história que só descobrimos ao final de cem anos.

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Minha Opinião

Como eu já mencionei, esse é um livro que tem fama de ser intimidador e, claro, não é a toa. Porém, eu não achei que tive uma leitura difícil, não. Foi bem mais tranquilo do que eu esperava. Existem alguns pontos que realmente podem ser uma questão, como, por exemplo, uma imensa complexidade de personagens e um pouco de vai e volta no tempo de forma abrupta. Esse tipo de coisa faz que com percamos totalmente o ritmo se não estivermos prestando muita atenção na leitura.

Por mais que eu tenho gostado muito do livro, outro ponto negativo para mim é que ele é inevitavelmente maçante. E digo “inevitavelmente” porque, pela sua proposta de narrar por mais de cem anos uma família que segue padrões de erros e comportamentos, é claro que uma hora você já não aguenta mais aquilo e começa a ficar maçante. Juntando essas duas coisas, faz sentido a fama que o livro tem. Mas ainda assim é um livro excelente!

Agora, sobre o que faz o livro ser tão bom, primeiro temos a linguagem do autor que é muito bonita, com escolhas de palavras e formações de frases ao mesmo tempo poéticas e objetivas. Eu detesto quando escritores usam uma linguagem mais em benefício da poesia do que do significado (como melhor soar bem do que ter um sentido claro), e Gabriel García Márquez aqui fez um equilíbrio perfeito disso. E, segundo, o desenvolvimento do personagens! Acho que isso é a melhor parte, ver como eles eram e no que vão se transformando a medida que coisas boas ou ruins (geralmente ruins) acontecem com eles. E toda a consequência de cada evento vai afetando as gerações futuras.

E sobre o título eu vejo que, apesar de ser uma grande família, cada um dos Buendía é preso em sua própria solidão. Seus sofrimentos, causados por suas escolhas, levam sempre cada um deles para o mesmo destino. E a imprecisão de tempo e espaço, mais as referências a guerras e disputas que aconteceram na América Latina, fazem com que essa família represente muita da história do próprio povo desse continente. Cada detalhe nesse livro é tão bem pensado, se encaixa tão bem com tudo que não tem como não ficar impressionado.

Além disso, esse livro é cheio de realismo mágico, coisa que eu não sou muito fã, mas que é colocado de uma forma tão bem feita que até me fez ser um pouco mais aberto a esse tipo de história. E eu sei que esses elementos mágicos, surrealistas e sobrenaturais podem ser um grande incomodo para quem espera uma história mais realista. Para ler este livro você precisa de suspensão de descrença. Uma curiosidade da história é que ela tem inúmeras referências bíblicas, não trechos, mas na construção dos eventos e dos personagens.

É um livro que eu recomendo muito, mas com ressalvas. Acho importante que você tenha mais experiência literária antes, muito dificilmente esse livro agradaria um público que consome livros muito distantes dele. Segundo que tudo bem não conseguir encarar ele todo de primeira, muita gente passa por isso. O importante é tentar identificar qual está sendo sua dificuldade de trabalhar nisso. Por exemplo, existem inúmeras árvores genealógicas da família Buendía na internet que podem te ajudar a se localizar melhor sobre que é quem.

Pode ter certeza que o final dessa história é muito recompensador, especialmente se depois você conversar com outras pessoas que também leram, ou mesmo ver textos e vídeos de discussões sobre a obra. Você vai pegar detalhes muito legais e fazer com que a experiência tenha sido ainda melhor.

“O primeiro da estirpe está amarrado a uma árvore e o último está sendo comido pelas formigas.”


Avaliação

Avaliação: 5 de 5.

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Cem Anos de Solidão

Gabriel García Márquez

ISBN: 978-85-011-1036-7

2017 – Record

432 páginas

Português (Brasil)

Sinopse

Em um dos maiores clássicos da literatura, o prestigiado autor narra a incrível e triste história dos Buendía – a estirpe de solitários para a qual não será dada “uma segunda oportunidade sobre a terra” e apresenta o maravilhoso universo da fictícia Macondo, onde se passa o romance. É lá que acompanhamos diversas gerações dessa família, assim como a ascensão e a queda do vilarejo. Para além dos artifícios técnicos e das influências literárias que transbordam do livro, ainda vemos em suas páginas o que por muitos é considerado uma autêntica enciclopédia do imaginário, num estilo que consagrou o colombiano como um dos maiores autores do século XX. Cem anos de solidão, publicado em 1967, é uma obra grandiosa e atemporal, sobre a qual é possível construir diversos paralelos com nossa própria existência.

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