A Guerra da Papoula - R.F. Kuang

Resenha | A Guerra da Papoula – R.F. Kuang

A Guerra da Papoula é o primeiro volume da série de fantasia da escritora chinesa R.F. Kuang.


Olá, Sonhadores! Se você gosta de livros de fantasia e tem se sentido frustrado com os lançamentos que se tornam populares por não serem bem o estilo que você gosta, pode ser que agora as coisas mudem um pouco. Hoje trago a resenha do primeiro volume de uma série que foi lançada recentemente aqui no Brasil e tem tudo para se tornar um grande sucesso!

Quem controlava quem? Era o soldado que chamava pelo deus, ou o deus no corpo do soldado?

Geralmente eu costumo falar um pouco sobre a história antes de dar minha opinião, mas como eu tenho muito a dizer talvez o post ficaria grande demais. Felizmente a sinopse do livro está ótima, então recomendo ler ela ao final desse post primeiro.

Enfim, eu gosto muito de ler fantasia e estava muito animado para ler esse livro. Ele parecia muito promissor. Vi muita gente elogiando. A capa é muito atraente, assim como o título e ele não me passou a sensação de ser só mais um romance disfarçado de fantasia (como tem aos montes hoje em dia).

A medida que fui lendo, percebi algumas coisas. Primeiro que o livro flutua muito entre conteúdo adulto e conteúdo infantil. Em alguns momentos parece que estou lendo Harry Potter, em outros Game of Thrones. Fica nítido isso quando temos cenas de intriguinhas infantis durante as aulas ao lado de uma luta sangrenta amplificada pelo uso de drogas. Não que isso seja ruim, só faz com que o livro seja difícil de classificar e você não sabe muito bem onde está pisando.

Esse é só o primeiro volume de uma série e tive a sensação de ter lido dois livros. O primeiro com a protagonista mais criança tendo as aulas na academia e um segundo com a parte da guerra. Por causa disso, eu achei que tudo aconteceu rápido demais, o desenvolvimento da protagonista em suas habilidades foram de 0 a 100 em questão de páginas. Ela já tinha em evidência o “poder do protagonismo”, nascida com mil talentos (o que já é sempre um pouco irritante), mas nas coisas em que ela não era boa, se desenvolveu rápido demais. Eu teria separado em dois livros para ter mais tempo de desenvolver melhor a protagonista.

A Guerra da Papoula - R.F. Kuang

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Sobre a segunda parte eu também tive a mesma sensação de uma hora estar lendo uma fantasia infantil em cenas descontraídas de Rin e sua equipe, mas algo muito adulto como a cidade cheia de cadáveres. Tudo isso me fez tirar uma estrela da minha nota e espero que no segundo livro isso esteja mais equilibrado.

Fora isso o livro é muito bom. Além de passar uma vibe um pouco Brandon Sanderson, é também uma fantasia diferente com base na cultura oriental, saindo um pouco do medievalismo Europeu. A construção do mundo, da história do país e seus conflitos, a questão de como a religião é tratada, e as escolhas da protagonista que tem sempre consequências muito impactantes. Tudo foi feito de forma muito interessante.

A escrita da autora também é muito boa, bem fluída, sem ser pomposa, mas também sem ser tosca.

Estou muito curioso para ler o segundo volume, mas acho que peguei um spoiler sem querer por causa da própria editora que compartilhou nas redes sociais um post de alguém que provavelmente já leu a série em inglês e revelou um plot twist gratuitamente…

Enfim, recomendo bastante esse livro, quem sabe futuramente acaba virando filme ou série. Potencial tem. Assim que o segundo volume vir para o Brasil eu trago a resenha dele também, portanto não deixe de seguir o blog!

Se você fosse a vítima, o que poderia dizer para que seu torturador o reconhecesse como humano? Como poderia fazer o inimigo reconhecê-lo e ponto final? E por que o opressor se importaria? A guerra é baseada em noções absolutas. Nós ou eles. Vitória ou derrota. Não há meio-termo. Não há misericórdia. Não há redenção.


Avaliação

Avaliação: 4 de 5.

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A Guerra da Papoula - R.F. Kuang

A Guerra da Papoula

R.F. Kuang

ISBN: 978-65-556-0434-4

2022 – Intrínseca

512 páginas

Português (Brasil)

Sinopse

A guerra está no coração do Império Nikara, e o ópio corre em suas veias. No passado, os heróis que formaram a Trindade uniram a nação contra a poderosa Federação de Mugen, e acreditava-se que eles caminhavam entre os deuses.
Décadas depois, a paz reina, mas há boatos de que a Terceira Guerra da Papoula pode estourar a qualquer momento, e a academia militar mais prestigiada do Império prepara seus estudantes para o combate: filhos da elite e, inesperadamente, uma órfã de guerra.
Obrigada a se casar com um homem asqueroso, a jovem Rin fez de tudo para reescrever o próprio destino. Estudou para o exame imperial por pura teimosia e, quando conseguiu uma vaga na academia, acreditou estar salva.
Mas ela logo aprende que uma garota pobre e de pele escura não tem muito valor naquele lugar. Hostilizada pelos professores e colegas, Rin treina com afinco. Com a ajuda de um mestre excêntrico e de substâncias psicoativas, a jovem passa a cultivar poderes xamânicos e a acessar a força incandescente de uma deusa vingativa, a perigosa Fênix.
Quando o conflito com o país vizinho eclode, Rin entende que, para ganhar a guerra, talvez tenha que perder sua humanidade.
Em A Guerra da Papoula, R.F. Kuang constrói com maestria um universo de deuses e monstros inspirado na Segunda Guerra Sino-Japonesa, na história militar da China no século XX e na ascensão de Mao Tsé-Tung ao poder. Considerado uma das 100 melhores fantasias de todos os tempos pela revista Time, o livro é uma história brutal e comovente sobre uma jovem que deseja salvar sua nação a qualquer custo e as consequências devastadoras da guerra.

2 comentários sobre “Resenha | A Guerra da Papoula – R.F. Kuang

  1. Aos poucos vou me interessando mais fantasia. Não sou uma grande apreciadora do tema mas gosto muito da forma como você escreve Lucas. Cada texto seu que leio acrescenta um ponto no meu gosto pelo tema. Obrigada pela colaboração cultural em minha vida. Até mais, Dani.

    Curtido por 1 pessoa

    • Obrigado Dani! A fantasia é uma boa forma de representar muitas coisas do nosso mundo em um contexto diferente, mas que nos ajuda a compreender melhor nossa sociedade e nossos problemas.

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