Duna - Frank Herbert

Resenha | Duna – Frank Herbert

Olá, Sonhadores! Hoje eu estou muito animado para fazer essa resenha, pois vai ser uma daquelas que, como diriam nossas avós, vai dar pano pra manga! Duna de Frank Herbert é um dos maiores clássicos de ficção científica já escritos e eu li o primeiro volume neste mês de janeiro durante a leitura coletiva do canal Ler Antes de Morrer. Lá você pode conferir várias lives de discussão para complementar minha resenha. Foi fundamental o cronograma feito para a leitura, pois como é um livro grande e denso, ter separado em pequenas partes para ler ao longo do mês ajudou a não desanimar! E sim, essa leitura pode ser um pouco desanimadora, mas calma que já vou explicar tudo!

“Ocorreu-lhe que a misericórdia era a capacidade de parar, mesmo que apenas por um instante. Não havia misericórdia onde não era possível parar.”

Sobre a História

O contexto dessa história é muito complexo e desde o início o autor não faz questão de esclarecer nada. Isso pode ser um pouco desanimador, pois demora um bom tempo até nós como leitores conseguirmos interpretar o que está acontecendo através de pequenas migalhas. Mas para te ajudar, aqui vai um pequeno e superficial resumo:

Tudo se passa numa galáxia com um sistema político feudal, onde planetas são feudos dominados por casas nobres e tudo é comandado pelo grande imperador. Um desses planetas é Arrakis (também conhecido por Duna), um lugar desértico, quase inabitável, mas que possui uma especiaria que é o produto de maior valor no universo. A nossa história começa quando a casa nobre que dominava esse planeta cai e uma nova é designada para comandar a administração do planeta e a coleta da especiaria.

A nova casa no comando de Duna pertence ao duque Leto Atreides. Ele desejava muito comandar esse planeta, mas ao mesmo tempo sente que pode estar entrando em uma armadilha planejada pela casa nobre anterior em conluio com o imperador. Mesmo assim, ele decide entrar nesse jogo político. Bem, essa é metade da história. A outra metade é sobre o filho do duque Leto e protagonista da história: Paul.

Paul é um adolescente, filho de uma concubina pela qual o duque é apaixonado, mas não se casa por questões políticas. Tanto Paul, quanto sua mãe, Lady Jessica, não são pessoas normais. A mãe faz parte de uma ordem milenar de mulheres, chamadas Bene Gesserit, com poderes sobrenaturais de persuasão e um objetivo misterioso. Ela deveria ter tido uma filha com Leto, mas acabou tendo um filho homem. Logo no começo da história Paul é testado pelas Bene Gesserit, pois elas suspeitam que o garoto possa ser o que por tanto tempo procuravam.

Você acha que acaba por aqui? Nem de longe! Ainda nem citei os nativos do planeta Arrakis, nem o que é a tal especiaria que se encontra lá, nem mesmo os famosos vermes da areia que ilustram a capa do livro! Sem contar outros fatores como a Guilda, a organização que monopoliza o transporte entre os planetas, ou os Mentats, pessoas com uma mente super desenvolvida, como se fossem robôs. Robôs que, por acaso, são um grande tabu nesse universo por causa de algo que aconteceu muito tempo atrás e foram banidos.

Minhas Considerações

Como pode ver o universo desse livro é gigante e complexo! Espero que essa pequena pincelada possa te ajudar a compreender melhor a leitura, pois o autor não vai te explicar nada! Eu considero isso um ponto negativo. Acho que pela complexidade, o autor poderia deixar algumas coisas mais claras ao longo do caminho. Não que um livro precise ser fácil, mas essa falta de compreensão, para mim, não é algo que motiva a continuar lendo para tentar entender. Se eu não tivesse um gosto que apreciasse o gênero desse livro, provavelmente teria largado mão.

Mas esse não foi o pior problema do livro na minha opinião. O grande problema foi o vilão. O inimigo e rival do duque Leto, o Barão Vladimir Harkonnen. Aquele tipo vilão que é mau porque sim. O autor coloca nele todas as características possíveis que poderia fazer alguém odiá-lo. Só faltou fazer ele matar um cachorrinho na frente de uma criança de quatro anos. O que me deixou muito bolado nisso é que ele apresenta o Barão como pedófilo e gay! Afinal na época que o livro foi escrito (e até hoje, né?) ser homossexual é visto como algo “abominável”, então porque não adicionar isso ao vilão pedófilo? Como eu disse, eu sei que isso vem da época que o livro foi escrito, mas é MUITO FRUSTRANTE ser gay e ver esse tipo de personagem que reforça estereótipos que você precisa combater todos os dias. Ainda se tivesse alguma justificativa para isso, mas não, o autor coloca a troco de nada, só para deixar o personagem mais odioso do que já era, então nem precisava disso. Péssimo! Pior parte deste livro!

Um dos fatores que foram mais controversos para mim foi Paul. Ele é o clássico protagonista “O Escolhido”, aquele que tem dons especiais, aquela mesma história que já manjamos tanto. Paul consegue ser ainda pior, pois ele é perfeito em tudo o que faz. Ele é praticamente invencível. Eu diria que seu único “defeito” é ser um pouco chato, no maior estilo adolescente. Isso vai mudando ao longo da história e da para ver que ele é bem intencionado, mas é o tipo de personagem que te irrita, mas também acha interessante.

Agora vamos falar de coisa boa: Lady Jessica! As Bene Gesserit por si só já são parte muitíssimo interessante na história. Elas não são somente uma ordem religiosa em busca de algo, elas tem uma influência política gigantesca, manipulam tudo e todos. O poder que elas passam de geração em geração para as novas membros da ordem é muito legal. De bônus, Lady Jessica é uma das melhores personagens, muito bem construída e faz a gente admira-la.

Não há mais muito o que dizer sem dar spoilers, mas este é um livro que eu recomendo bastante! Apesar das críticas que eu fiz, num geral é um ótimo livro, com coisas muito legais! Eu amo as cenas em que surge algum verme da areia, é sempre impressionante! Inclusive, vai ser lançado um filme baseado nessa série e estou ansioso para ver como vai ser a adaptação. A série original escrito por Frank Herbert possui 6 livros e após isso seu filho, Brian Herbert, continua escrevendo mais volumes até hoje. É uma série bem grande, mas caso você tenha interesse em apenas “experimentar”, só os dois primeiros volumes são suficientes. Ainda não li o segundo, mas pretendo! Até porque depois de ter quebrado tanto a cabeça pra compreender tudo, agora vou até o final!

“Não terei medo. O Medo mata a mente. O Medo é a pequena morte que leva a aniquilação total. Enfrentarei meu medo. Permitirei que passe por cima e me atravesse. E quando tiver passado, voltarei o olho interior para ver seu rastro. Onde o medo não estiver mais, nada haverá. Somente eu restarei.”


Avaliação

Avaliação: 5 de 5.

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Duna

Frank Herbert

ISBN: 978-85-765-7101-8

2017 – Editora Aleph

680 páginas (Pt/Br)

Sinopse: A vida do jovem Paul Atreides está prestes a mudar radicalmente. Após a visita de uma mulher misteriosa, ele é obrigado a deixar seu planeta natal para sobreviver ao ambiente árido e severo de Arrakis, o Planeta Deserto.
Envolvido numa intrincada teia política e religiosa, Paul divide-se entre as obrigações de herdeiro e seu treinamento nas doutrinas secretas de uma antiga irmandade, que vê nele a esperança de realização de um plano urdido há séculos.
Ecos de profecias ancestrais também o cercam entre os nativos de Arrakis. Seria ele o eleito que tornaria viáveis seus sonhos e planos ocultos?
Ao lado das trilogias Fundação, de Isaac Asimov, e O Senhor dos Anéis, de J. R. R. Tolkien, Duna é considerada uma das maiores obras de fantasia e ficção científica de todos os tempos. Um premiado best-seller já levado às telas de cinema pelas mãos do consagrado diretor David Lynch.

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