A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes - Suzanne Collins

Resenha | A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes – Suzanne Collins [P. S. Allen]

Olá, sonhadores! Feliz 2021! Que este ano possa trazer leituras maravilhosas e aventuras sem fim (além da famigerada vacina do coronavírus).

O ano ainda está no comecinho mas as leituras por aqui já estão a todo vapor. Quem nos acompanha no instagram sabe que eu montei uma TBR de verão com 12 livros e que pretendo terminá-la até março; e é claro que alguns dos livros ganharão resenha aqui no blog. Então fiquem ligados!

E para a primeira resenha do ano eu escolhi falar sobre o primeiro livro da minha TBR: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes, da autora de Jogos Vorazes, Suzanne Collins. O livro é um prelúdio da saga, ou seja, a história se passa antes de Katniss Everdeen e Peeta Mellark irem parar em uma arena, se apaixonarem e sofrerem todos os horrores para derrubar a Capital.

“As pessoas não são ruins, na verdade. É o que o mundo faz com elas. Como nós, na arena. Fizemos coisas lá dentro que nunca consideraríamos fazer se tivessem nos deixado em paz.”

A narrativa vai relatar sobre os primeiros anos após o fim da guerra entre os distritos. Neste momento, a Capital – em ruínas, falida e sedenta de vingança – tenta se reerguer e se reafirmar no poder. Junto com ela, vemos o jovem Coriolanus Snow, mais conhecido como presidente Snow, tentando resgatar a fortuna, brilho e prestígio que sua família perdeu quando o distrito 13 foi bombardeado. Entre comer sobras e manter a pose na escola, Snow nutre um desejo de ascender ao poder e uma ambição por glória, que ele busca sem se importar se vai precisar passar por cima de outros para conquistar.

A oportunidade perfeita aparece quando os primeiros idealizadores dos jogos decidem eleger mentores para auxiliarem os tributos na arena. Como o criador dos jogos é reitor na escola de Snow, ele e outros alunos são selecionados para isso e de cara recebem uma tarefa: buscar formas de melhorar, aprimorar e aumentar o interesse do público pelos Jogos Vorazes. O prêmio é uma vaga na universidade, que Snow, por não ter dinheiro para pagar pelos estudos, vai tentar conquistar a qualquer preço. Tudo ia bem até ele ser destinado como mentor de uma garota boba, enigmática e melancólica do Distrito 12, por quem ele começa a nutrir um afeto mais profundo. Apesar de estar apaixonado pela dissimulada Lucy Gray Bird, ele sabe que isso pode prejudicar sua ascensão ao poder e logo se vê em um caminho cheio de decisões conflitantes.

O primeiro aspecto que quero ressaltar sobre a história é a estrutura da Capital e dos Jogos Vorazes. Quem leu os livros sabe de todo o glamour tecnológico e circense que ambos possuem: o estilo de vida extravagante e ilimitado dos moradores da Capital e toda a estrutura de reality show dos jogos. Mas aqui está sendo retratada a décima edição do jogos após a guerra: vemos uma sociedade decadente, que tenta sobreviver de escambo e do dinheiro que sobrou. Quanto aos jogos, não passam de uma carnificina em um estádio, tudo mal televisionado e com tributos sendo tratados de forma ainda mais desumana. Os jogos ainda não são um atrativo para os moradores.

O que nos leva ao segundo aspecto: SNOW! Aqui vemos o presidente ainda jovem e “inocente” ajudando idealizadores, dando ideias sobre apostas e dádivas, formas de tornar os jogos mais atrativos. E a cada página vamos enxergando o ditador sem escrúpulos sendo formado, o egoísta e manipulador homem que mata com rosas. Acredito que a maior polêmica do livro seja o fato de ele narrar a vida do vilão. E confesso que por alguns instantes gostei do Snow, apesar de saber quem ele seria no futuro. Porém, o caráter de sociopata é evidenciado nas traições, falta de empatia e mentiras que ele usa para alcançar seus objetivos.

Um terceiro aspecto a ser ressaltado são todos os conectivos com a saga original. Pequenos detalhes, nomes e eventos que explicam as reações de Snow. O maior deles é o ódio profundo por Katniss. Além de ela ser uma ameaça a tudo o que ele lutou (e matou) para construir, ela também é a lembrança de uma adolescência onde ele se apaixonou e quase abriu mão de tudo por isso.

Confesso que estava com um pouco de receio de ler esse livro. As primeiras impressões dos leitores não foram muito boas: porque o livro era grande demais, porque os personagens não tinham motivação, porque era uma romantização do vilão… Enfim, tudo isso só aumentou minha curiosidade para saber o que iria acontecer. Confesso que não me decepcionei. A escrita e o ritmo narrativo continuam excelentes, o engajamento político e crítica social “gritam” em diversos acontecimentos e achei a finalização muito adequada: Collins conseguiu deixar uma pontinha para uma possível continuação sem deixar de finalizar a narrativa caso uma sequência não venha. A única crítica é que de fato o livro poderia ser menor e sem tantos detalhes em algumas partes.

Amo quando minhas expectativas são atingidas em um leitura! Com toda certeza indico esse livro para os amantes de Jogos Vorazes (e para quem ainda não leu). A visão de como tudo começou, de como tudo foi construído após a guerra e da ascensão do Snow ao poder ajudará a compreender a saga e enxergar novos detalhes.

“Você pode colocar a culpa nas circunstâncias, no ambiente, mas foi você que fez as escolhas que fez, mais ninguém. É muita coisa para assimilar de uma vez só, mas é essencial que você faça um esforço para responder essa pergunta. Quem são os seres humanos? Pois quem somos determina o tipo de governo de que precisamos.”


Avaliação

Avaliação: 4.5 de 5.

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A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes

Suzanne Collins

ISBN: 978-65-566-7005-8

2020 – Rocco

576 páginas (Pt/Br)

Sinopse: É a manhã do dia da colheita que iniciará a décima edição dos Jogos Vorazes. Na Capital, o jovem de dezoito anos Coriolanus Snow se prepara para sua oportunidade de glória como um mentor dos Jogos. A outrora importante casa Snow passa por tempos difíceis e o destino dela depende da pequena chance de Coriolanus ser capaz de encantar, enganar e manipular seus colegas estudantes para conseguir mentorar o tributo vencedor. A sorte não está a favor dele. A ele foi dada a tarefa humilhante de mentorar a garota tributo do Distrito 12, o pior dos piores. Os destinos dos dois estão agora interligados – toda escolha que Coriolanus fizer pode significar sucesso ou fracasso, triunfo ou ruína. Na arena, a batalha será mortal. Fora da arena, Coriolanus começa a se apegar a já condenada garota tributo… e deverá pesar a necessidade de seguir as regras e o desejo de sobreviver custe o que custar.

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