O pequeno Lucas gostava de ler. Tinha vários livrinhos infantis, em especial de contos de fadas. Adorava inventar suas próprias histórias inspirado pelo que lia. O Lucas de hoje não é muito diferente. Porém, entre o pequeno e o grande Lucas houve um período de trevas onde a leitura foi deixada de lado, a ponto dele mesmo se considerar alguém que não gosta de ler.
Tenho certeza que minha história não é diferente da história de muita gente.
Que a escola não consegue incentivar os alunos a lerem, todo mundo já sabe. Os livros propostos para os estudantes tem seu valor, mas infelizmente eles também são responsáveis por nos fazer achar que jamais vamos conseguir cultivar o hábito da leitura.
Durante o ensino fundamental ainda havia esperança. Eu tinha um trabalho bimestral que consistia em pegar um livro a meu gosto na biblioteca, ler e por fim responder um questionário de perguntas genéricas que supostamente provavam que eu realmente fiz a leitura. Eu tinha boas notas nesses trabalhos, mas lembro que poucos alunos eram os que de fato gostavam de fazer.
Depois disso, chegou o ensino médio, acompanhado de todos os problemas comuns na adolescência de qualquer pessoa. Foram anos perdidos sem nenhuma leitura. Confesso, li somente um livro para vestibular, Vidas Secas, mas ele não foi o suficiente pra me fazer querer ler mais. Eu cheguei a conclusão de que ler não era pra mim. Porém, o que eu não sabia, era que eu estava prestes a ser apresentado ao que acabaria se tornando minha autora favorita.
Num belo dia, pouco depois de eu terminar o ensino médio, Bruna, minha amiga, me falou sobre Agatha Christie e me convenceu a dar uma chance. Li O Caso dos Dez Negrinhos, hoje conhecido como E Não Sobrou Nenhum, e eu amei. A partir daí foi um frenesi de leitura, não parei de ler os livros dessa autora por uns três anos, até ter lido TODOS os mais de 80 livros que ela publicou.
Quando terminei, me senti um pouco perdido sobre o que ler em seguida. Mas uma vez que o prazer pela leitura já estava em mim, foi fácil dar oportunidades para outros autores e gêneros. Desde então, eu tenho lido muito mais e desenvolvido um gosto muito mais eclético. Ainda assim, continuo amando Agatha Christie e agradeço a ela e a minha amiga Bruna por terem me feito o leitor que sou hoje.
[…] já havia mencionado no post sobre “Como comecei a ler“, quem acabou se tornando minha autora preferida. Mas fã que é fã não se contenta com […]
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