Olá, Sonhadores! Um fato sobre mim é que eu sou uma pessoa extremamente controladora. E essa é um tipo de característica que trás vantagens e desvantagens. Ela me ajuda em muitas coisas de caráter prático, mas atrapalha nos casos que estão além do meu alcance.
Acho que tudo depende da forma com que o controle é empregado. Por exemplo, com o trabalho, com o blog e todas as outras coisas que preciso e gosto de fazer e que exigem uma boa organização, esse controle me faz ser muito mais produtivo. Mas só quando empregado nas tarefas que dependem única e exclusivamente de mim. Eu tenho todo o controle sobre a agenda e o conteúdo de postagens do blog, e só depende de mim essa organização para que tudo saia conforme planejado. Só que eu não tenho controle nenhum do desempenho que esses conteúdos vão ter. Se as pessoas vão gostar, se vai atrair mais leitores para o blog, nada. E se eu ficar muito preocupado com isso é onde entra o lago negativo de ser uma pessoa controladora, pois a cada “fracasso” eu desanimaria.
Na questão doméstica, também sinto a necessidade de estar no controle da casa, para que ela sempre esteja arrumada e sem nenhum problema. E ser assim é cansativo, pois exige bastante da gente. Mas ao mesmo tempo eu me sinto recompensado estando em um ambiente mais agradável. Não sei você, mas eu me sinto ansioso e desconfortável em ambientes desorganizados. Ter um problema não resolvido é algo que me tira a paz, mas isso já seria assunto para outro post.
Mas o mais difícil de tudo é querer ter controle sobre a vida e seus acontecimentos. Quanto mais sozinho você é, quanto menos pessoas você tem a sua volta, mais fácil é ter controle da sua vida e não ser afetado por problemas. Porém, você acaba solitário e infeliz, ou seja, não é uma boa solução. Essa é uma questão que afeta a humanidade desde sempre e é a base do Estoicismo, surgido na Grécia Antiga, e que diz que só conseguimos a plenitude se focarmos apenas no que está no nosso controle e não se deixar afetar pelo que não está.
Eu tenho trabalhado muito isso em mim, pois eu sempre fui uma pessoa que se deixa afetar muito por coisas externas. Quando eu planejo algo e as coisas não saem como deveriam, quando surgem empecilhos “gratuitos” que parecem que acontecem só para atrapalhar como se tivessem um problema pessoal comigo, eu fico muito irritado.
Só que isso não é o pior, pelo menos não para mim, o que mais me afeta (inclusive fisicamente) é a ansiedade causada por coisas que ainda vão acontecer e eu não me sinto seguro e preparado para estar no controle quando esse momento chegar. Eu não lembro de ser assim quando criança, mas talvez crianças sejam mais imunes a isso, talvez por terem sempre um responsável por perto para protege-las e auxilia-las. Mas na adolescência e na vida adulta, quando as coisas passam a depender do nosso desempenho e independência, é terrível. Mesmo pensando que tudo bem se não der certo, que não vai ser o fim do mundo, ou que nem é algo tão importante, acaba me afetando.
As vezes esse hábito também faz com que a gente pegue os problemas dos outros para resolver como se fossem nossos. Acho que isso é uma das piores coisas e felizmente nunca me afetou tanto. Em momentos que eu percebia que isso estava começando a acontecer eu consegui cortar.
Tenho certeza que muita gente vai se identificar com isso. Que deve ser um dos TOP assuntos mais conversados nas terapias. Pena que não existe uma fórmula para resolver isso. Parece que tudo só depende da gente e isso não é muito consolador…
😉
CurtirCurtir