Olá, Sonhadores! Você se considera um leitor muito exigente? Do tipo que encontra muitos “defeitos” nos livros e tem dificuldade em relevar algumas coisas? Você já deixou de ler algo porque alguma coisa nele não te agradava? O quanto é saudável ser exigente e o quanto isso pode estar te limitando? É sobre isso que vamos falar hoje!

Acho que podemos relacionar leitores exigentes com pessoas difíceis de agradar. Essas pessoas muitas vezes são vistas como chatas, reclamonas e até mesmo soberbas. O grau de exigência e as coisas que elas exigem variam de pessoa para pessoa, afinal cada um tem seu gosto. Por exemplo, Maria não gosta de livros de capa dura; João não lê livros em que os diálogos ficam entre aspas; Fernanda só lê livro físico; César não lê livros com mais de um ponto de vista; Viviane nem tenta ler um livro se souber que tem muitos personagens; entre muitos outros casos. Você se identifica com algum deles? Tem sua próprias exigências?

Até agora só mencionei coisas que são questões de gostos. Mas é quando se trata de defeitos reais? Quando um livro está mal escrito? Mal traduzido? Mal diagramado? Você deixa de lê-los nestes casos?

Uma coisa que eu já percebi observando leitores nas redes sociais é que essa exigência independe de idade e que o tempo e a experiência com leitura é um caminho de mão dupla que pode levar para os dois lados. Já vi gente que leu muito na vida e com o tempo passou a ser mais exigente nas escolhas de suas leituras. Porém, também já vi gente que quando começou a ler era muito limitada e tinha mil restrições sobre o que lia, mas com a experiência começou a se abrir mais para outras possibilidades.

É muito comum usarmos dessas exigências como válvulas de escape ou desculpas para procrastinarmos leituras. Em quem não tem o hábito da leitura isso é ainda mais evidente. Aposto que você conhece alguém que diz que não gosta de ler por causa de mil motivos, mas que todos sabemos que pode ser traduzido por: falta de motivação.

Quando paramos para analisar o que é mais saudável nesse caso, chegamos a conclusão (meio óbvia) de que é o meio-termo. Ao mesmo tempo que é interessante exigir qualidade dos livros para que os autores e editoras não comecem a entregar qualquer coisa relaxada (principalmente quando pagamos pelo livro), também não é bom para nós mesmos colocarmos muitos empecilhos para não ler.

Se você conseguir enxergar em si mesmo alguma exigência, tente refletir se ela realmente é uma questão de gosto ou é você sendo cabeça-dura. Dê uma nova oportunidade para livros com essas características. Um livro nunca é igual a outro por mais que tenham essas características em comum. As vezes o que te fez não gostar da leitura nem foi o que você pensou que fosse. Por exemplo, lembra que eu disse que o César não lê livros com mais de um ponto de vista? Então, foi porque ele leu um livro assim e detestou. A questão é que ele não percebeu que o que fez ele não gostar foi um mal desenvolvimento desses personagens e não o formato de pontos de vista em si. As coisas não são tão simples. A sua própria percepção e gosto muda ao longo do tempo. Não se limite e, principalmente, não condene iniciantes, aproveite que você tem uma percepção mais apurada e use isso para dar feedbacks para os autores, ao invés de deixar com que isso te impeça de lê-los.

E eu não me esqueci de você, leitor que é o oposto de exigente, que lê de boa qualquer coisa. Para você pode ser tranquilo pegar um livro não revisado no wattpad, por exemplo. Porém, tenha em mente que você absorve o que lê. Principalmente se você tem alguma pretensão em ser escritor, é preciso ter referências de qualidade. É ótimo que você consiga dar oportunidade para iniciantes, mas sempre que perceber algum problema, de um feedback legal pro autor se desenvolver também! Mas, como eu disse, para você perceber esses problemas, você precisa de referências melhores.